1) Numa gama de mais vinte personagens, não havia 01 (um) único personagem negro no enredo.
2) Não havia um único personagem gay.
A heteronormatividade é explícita ao se retratar apenas casais formados por homens e mulheres enquanto modelo único de expressão da afetividade.
3) Também não havia nenhum personagem trans*
Todos os personagens possuem identidade de gênero perfeitamente adequada aos corpos em que nasceram, o que em nada contribui para uma sociedade menos transfóbica.
4) Sério, todas as relações afetivas eram cis. É impressionante
5) Alguns casais retratados na série até rompiam com os padrões sociais no tocante à idade, mas eram sempre cis.
Será que é tão difícil retratarem um único casal que não se enquadre nos padrões de gênero que a sociedade ocidental impõe?
6) O único super-herói do seriado era homem
7) Por outro lado, a menina Chiquinha é retratada como um ser fragilizado, que chora o tempo todo, reforçando o esteriótipo da mulher em apuros.
Chiquinha é vista um personagem que se vitimiza o tempo todo, desqualificando implicitamente as causas pautadas pelo movimento feminista.
8) A Dona Clotilde é repetidamente chamada de “Bruxa do 71″ ao longo de toda a série, num longo e degradante processo de misoginia, gerontofobia e slut-shaming.
9) Apesar da falta de representantes negros, o “Pirata Alma Negra” contribuía para a introjeção de conotações pejorativo-racistas.
10) O professor Girafales tratava a Dona Florinda com um cavalheirismo o qual nada mais era que um machismo envernizado.